LIBERDADE DE EXPRESSÃO



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terça-feira, 17 de maio de 2011

Breve análise exegética de Amós 5:1-17 - A FALSA RELIGIOSIDADE


Perícope: Amós 5:1-17

A) Gênero Literário da Perícope

B) De que forma o gênero geral influencia a interpretação da perícope menor?

C) Contextualização


A – Genero Literário da Perícope

01) O lamento (5:1-3, 16 e 17);
02) A exortação ao arrependimento (5:4-6, 14, 15); *
03) O hino (5:8-9) ;
04) O anúncio do julgamento (5:7,10-13) . Além disso, alguns comentaristas encontram influências de :
05) Tradições pactuais por trás do castigo em 5:11 e do chamado a fazer o bem e não o mal em 5:14,5.*

* (será acrescentado em outra postagem)



Ao analisarmos detalhadamente a perícope delimitada no capítulo 5, nos vesos de 1 a 17, é notório perceber que o Profeta Amós está entoando um LAMENTO sobre o povo de Israel.

01 ) A Lamentação se dá devido a alguns aspectos:

A métrica poética do hebraico no versículo 2 e típica dos cantos fúnebres. Podemos imaginar melhor o efeito que este artifício literário teria produzido sobre os ouvintes de Amos se lembrarmos como os nossos próprios corações batem mais forte quando ouvimos a Marcha Fúnebre de qualquer espécie. Se pudéssemos nos imaginar ouvindo a nosso próprio respeito que estamos retornando ao pó e ao mesmo tempo temos consciência disto e algo amplamente significante e sombrio.

Pode-se perceber que a escolha desta métrica “da testemunho da tristeza do próprio profeta diante do que as suas palavras estão predizendo.”

A Lamentação se difere de outros gêneros certamente por ter esta característica muito forte de como estarmos indo a um funeral ou então vendo uma execução, pois e notório o julgamento e a execução, porem apesar de conter elementos proféticos, ou seja, contendo profecia, se torna Lamentação pelo caráter emocional fúnebre da mensagem textual.

Amos 5:1-17, lamenta os resultados do julgamento anunciado em 3:1-4, 13. Tendo em vista que Deus ira destruir Israel, o que o projeta pode fazer alem de clamar em desespero diante da morte de pessoas? O lamento e estruturalmente complexo, com antíteses formadas por anúncios de morte seguidos de exortação para viver (5:1-3 e 4-6, ou 5:14-15 e 16,17). Os comentaristas estão divididos no que diz a respeito ao peso década parte dessa antítese. Conseqüentemente, alguns visualizam Amós como um profeta apocalíptico, enquanto outros crêem que seu papel principal era chamar a nação ao arrependimento.

As principais tradições literárias que ficam evidentes em 5:1-17 vêm de quatro contextos principais e 01 diferente:


3) A terceira tradição literária é o hino em 5:8,9. O hino está intimamente associado a 4.13 e tem um papel parecido. Serve para lembrar os ouvintes mais uma vez o caráter do Deus com o qual irão se encontrar. Sua localização no ponto central da estrutura quiasmàtica acentua ainda mais sua eficácia retórica e demonstra que Amos usa esse recurso retórico de forma criativa. Os particípios no hino glorificam a Deus por seu soberano e majestoso poder e criam um contraste claro com os particípios em 5:7,10, que caracterizam a pecaminosidade dos ouvintes de Amós. No contexto da acusação de terem transformado alosna (algo amargo) em 5:7, a descrição de Deus como alguém que transforma trevas em luz e muda as águas do mar de lugar para derramá-las sobre a terra tem um tom ameaçador (parecido com o diúvio de Noé). Esse hino de louvor ao nome de Deus celebra seu poder destrutivo sobre os fortes e suas fortalezas 5.9; são estas as pessoas que oprimem os pobres e vivem em residências caras (5:10-13.


4) As acusações e anúncios de julgamento em 5:7, 10-13 revelam por que a nação precisa buscar Deus (5.7), por que precisa buscar o bem e estabelecer justiça (5.15) e por que a morte e o lamento sobre Israel são iminentes. Cabe ressaltar que nos clamores de ai , usa-se os particípios em 5:7, característico de oráculos de ai, pode ser explicado mais facilmente como sendo contrastes retóricos intencionais em relação aos particípios que aparecem no hino em 5:8,9.

Cada um dos dois discursos de julgamento 5:10,11 e 12,13, contém uma acusação além do termo “portanto”e de uma declaração de resultado, a forma do discurso de julgamento está bem representada e não precisa ser destruída por causa de uma ligeira alteração do tópico ou uma mudança de pronomes.


B - De que forma o gênero geral influencia a interpretação da perícope menor?


Como já vimos, o gênero principal da perícope é um lamento, no entanto, podemos verificar outros: Um oráculo Ai, um hino, acusações, todas estas foram expostas no tópico anterior, podendo assim, verificar que todas convergem para o mesmo ponto da mensagem da perícope, que é um lamento fúnebre sobre julgamento e sentença de morte decorrente da hipocrisia e avaresa do povo de Israel nos tempos do profeta Amós.

Portanto, cada gênero deve ser analisado e interpretado, partindo da lamentação de Amós com relação ao seu povo, evitando assim, interpretações errôneas e tendenciosas que queiram expressar, alguma mensagem que o Espírito Santo inspirou o profeta a escrevê-la.


C – CONTEXTUALIZAÇÃO

Podemos perceber como a palavra que Deus proferiu através de Amós ela é contemporânea para nós cristãos.

Vivemos em que no mundo o “evangelho está crescendo na proporção de um mar e na profundidade de uma piscina de criança”(não me lembro o nome do autor) , onde a falsa religiosidade impera em relação ao verdadeiro conhecimento de Deus.

No Brasil, principalmente, várias romarias e peregrinação são feitas, seguidas de cumprimento de promessas, sacrifícios tolos, etc., porém sem nenhuma mudança no caráter e na concepção cristã. A vida social, na qual a responsabilidade para com o próximo, para com a Palavra de Deus, está aquém do que SENHOR deseja de nós. Interessante ressaltar, que grande maioria desta multidão que pratica estes atos religiosos, participam também de festas profanas como o Carnaval, continuam escravas de vícios, mal testemunho, ou seja, uma vida de quem nunca realmente conheceu a Jesus como Senhor e Salvador.

O que mais preocupa, é que muitas destas práticas supra citadas, estão infiltrando na igrejas Evangélicas e Protestantes, cada vez mais, percebe-se uma religiosidade enganosa, apegada a idolatria a pastores, denominações, uma avareza que é alimentada cada vez mais com a Teologia da Prosperidade, pois, tentam barganhar com Deus, como se Ele fosse obrigado a enriquecer todos os cristãos.

Amuletos, “indulgências” camufladas de manipulação quanto às ofertas, ensinando que a sua bênção está ligada proporcionalmente a quanto você oferta como sacrifício à instituição, a ponto de praticar algo parecido com leilões.

Cada vez mais é ensinada, em muitas denominações, uma ênfase exagerada e profana ao dinheiro e à promoção pessoal, ao invéz de ser promovido a ética cristã, a santidade e o estudo da Palavra de Deus.

Muitos templos enormes são construídos, membros cada vez mais ricos e proporcionamente, e muitos ficando mais pobres e sofrendo.  Uma ênfase no bem-estar do homem em prol de si mesmo e não do próximo - "O homem é o centro da mensagem e Deus é seu servo" , ao ponto de um  líder da maior “igreja” neopentecostal brasileira, disser (várias vezes) em vários de seus programas televisivos: “Quando você dizima, é como você colocar uma faca no pescoço de Deus e ele é obrigado a te abençoar”.
 Percebe-se ações isoladas de muitas igrejas, mas muitas vezes, muito aquém do que realmente se caracteriza por um atividade cristã genuína.  

O que o SENHOR, nos ensina nesta perícope, é que devemos ter muito cuidado com o tipo de religiosidade que praticamos e seguimos, e assim, ter um coração sensível às instruções de Deus através da Sua Palavra, examinando as Escrituras Sagradas e discernindo os espíritos (pessoas) que estão por aí anunciando muitas doutrinas que até parecem ser palavra de Deus, mas não tem nada a ver com Deus.

Que o SENHOR, tenha misericórdia de nós e nos livre dos falsos profetas que estão espalhados enganando a muitos.


Shalom Adonai

Leumane Rabelo

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