Neste estudo irei utilizar a Versão ARA, e o texto Grego New Testament Greg
1) Perspectiva Hermenêutica Ortodoxa Reformada, com o primeiro princípio:
A Bíblia explicando a própria Bíblia.
2) Não será utilizado rótulo institucional.
3) Sem interpretações de caráter subjetivo.
Textos ( perícopes) sobre a Páscoa judaica no AT, e seu paralelo correspondente no NT , a Ceia do Senhor.
INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA NO ANTIGO TESTAMENTO
Ex 12:1-14
1 Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito:
2 Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro me do ano.
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez desde Mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.
4 Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então , convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número de almas; conforme o que cada um pude comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro.
5 O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito;
6 e guardareis até o décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde.
7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;
8 naquela noite , comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.
9 Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água, porém assado no fogo: a cabeça, as pernas e fressura.
10 Nada deixareis dele até pela manhã; o que porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis.
11 Desta maneira comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR.
12 Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR.
13 O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito.
14 Este dia vos será por memorial, e o celebrareis por Estatudo perpetuo.
Ex 12:40-50
40 Ora, o tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.
41 Aconteceu que , ao cabo dos quatrocentos e trinta anos, nesse mesmo dia, todas as hostes do SENHOR, saíram da terra do Egito.
42 Esta noite se observará ao SENHOR, porque, nela , os tirou da terá do Egito; esta é a noite do SENHOR, que devem todos os filhos de Israel comemorar as suas gerações.
43 Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa: nenhum estrangeiro comerá dela.
44 Porém todo escravo comprado por dinheiro, depois de o teres circuncidado, comerá dela.
45 O estrangeiro e o assalariado não comerão dela.
46 O cordeiro há de ser comido numa só casa; da sua carne não levareis fora da casa nem lhe quebrareis osso nenhum.
47 Toda a congregação de Israel o fará.
48 Porém, se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa do SENHOR, seja-lhe circuncidado todo macho; e , então, se chegará, e a observará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela.
49 A mesma lei haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós.
50 Assim fizeram todos os filhos de Israel; como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão o fizeram.
INSTITUIÇÃO DA CEIA DO SENHOR NO NOVO TESTAMENTO
Mateus 26:17-30 (Mc 14:12-26 Lc 22:7-20 Jo13:21-30)
17 No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?
18 E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizer-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.
19 E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
20 Chegada a tarde, pôs-se ele à mesa com os doze discípulos.
21 E, enquanto comiam, declarou Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós me trairá.
22 E eles, muitíssimo contristados, começaram um por um a perguntar-lhe: Porventura , sou eu Senhor?
23 Ele respondeu: o que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.
24 O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!
25 Então Judas, que o traía, perguntou: Acaso, sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.
26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pó, e , abençoando-o, o partiu , e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;
28 porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados.
29 E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.
30 E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das oliveiras.
1 Coríntios 11:17-34
17 Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior.
18 Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio.
19 Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio.
20 Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis.
21 Porque, ao comerdes, cada um toma antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague.
22 Não tendes, por ventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direis? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente não vos louvo.
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24 e tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice á a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.
27 Por isso, aquele que comerdes este pão e beberdes o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.
28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e , assim, coma o pão, e beba o cálice; 29 pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.
30 Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.
31 Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 Mas , quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.
33 Assim, pois irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperais uns pelos outros.
34 Se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunis para juízo. Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando for ter convosco.
INTRODUÇÃO
Tendo a Ceia do Senhor, sendo um sacramento cristão por se tratar de uma ordenança direta do Senhor Jesus Cristo, trata-se de um assunto, ou doutrina, altamente relevante e séria na qual tem que ser tratada na igreja, seja na prática, seja nos estudos teóricos, tendo em vista, que a mesma, apesar de ser um memorial, o seu ato em si, transcende a este quesito, ao ponto de ser uma expressão espiritual, e assim sendo, desde que levando em consideração os princípios estabelecidos pela própria Escritura Sagrada, vê-se claramente na perícope de 1 Co 11:17-32, que tem conseqüências de bênçãos e maldições para com a forma de como é participada.
Ao analisar o assunto: Ceia do Senhor, percebo claramente os aspectos, embora em primeira vista seja aparente contraditório, mas, na verdade são complementares, é o que tange o Evangelho de Jesus, no caráter Inclusivista e Exclusivista, concomitantemente.
Inclusivista: Consiste em que homens, mulheres, escravos e livres, todas as etnias, pobres e ricos, preto ou brancos, sem acepção de pessoas, são alvos do amor e da graça de Deus.
At 10:34 “Então falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;”
Rm 2:11 “Porque para com Deus não há acepção de pessoas.”
Gálatas 3:26-28 “… Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo.”
Cabe observar que o contexto desses textos supra citados, estão no cerne de que a Graça de Jesus alcançando pessoas de todas as nações, tribos e etnias, porém, ainda não se trata da Ceia, e sim da conversão dos incrédulos em cristãos, e é a partir desse ponto que chegamos ao outro aspecto do Evangelho.
Exclusivista: Partindo primeiramente da Teologia Bíblica, aliada à doutrina bíblica sobre Eleição e Predestinação, de que o ser humano não é capaz por si só de buscar verdadeiramente ao Senhor, a não ser que o próprio Deus atraia o pecador à sua presença para Regeneração e conseqüência conversão, então a Graça salvadora não é para todos os seres humanos, e sim para os Eleitos. Portanto, o Evangelho da Graça é para quem crer verdadeiramente em Cristo, e isto só se dá se for por e através da influência do Espírito Santo de Deus, e não por vontade exclusiva do homem.
João 6:43,44 “Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”
João 6:47 e 65 “Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna”. “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se , pelo Pai, não lhe for concedido.
Efésios 1:4,5 “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
Dentro desses dois parâmetros, percebo claramente a tensão da igreja visível e da igreja invisível, pois juntamente com os que crêem em Jesus, sempre teve a multidão de pessoas, que estavam à procura das benesses oferecidas por Cristo, porém, não eram aliançadas no coração.
A Igreja Invisível, são todos os que verdadeiramente crêem em Cristo, são os selados e regenerados pelo Espírito Santo, e que fazem parte, ou não necessariamente (sendo exceção), de uma igreja local.
A Igreja Visível, é a comunidade de pessoas que seja por estereótipo apenas, ou por sinceridade de coração, professam crenças semelhantes e se dispõe a serem norteadas por elas, como podemos observar no primeiro colégio apostólico, no qual Judas Iscariotes, que no estereótipo, era discípulo de Cristo, porém, este era filho da perdição (João 17:12) , ou seja, seu coração não era realmente de Jesus, embora, todos os aspectos exteriores levavam a ser dito como discípulos, tanto que os outros apóstolos o consideravam como tal e nenhuma parte das Escrituras faz menção de sua conduta que o mostrasse como filho da perdição.
Abordando agora, a Igreja contida desde a Antiga Aliança, Deus escolheu um povo, por promessa a Abraão (Gn 12:1,2), e a partir de Jacó, um homem de caráter altamente questionável e instável, o transformara em Israel (Gn 32:28) , e foi de onde saíram as 12 tribos de Israel (Gn 35:23-29), surgiu então o povo escolhido, de onde viria o Messias, da tribo de Judá (Gn 48:8-12).
Pois, bem, segundo Romanos 11, por causa do endurecimento do coração de Israel por parte de Deus é que a salvação chegou aos gentios, e o entendimento bíblico mais coerente é que a totalidade da Igreja de Jesus abrange dos Remanescentes de Israel, povo antiga aliança, os que eram verdadeiramente circuncidados no coração juntamente com a Igreja Cristã, povo neo-testamentário, os selados pelo Espírito Santo, então, entende-se que o que tem em comum, entre o Remanescente de Israel e a Igreja Cristã, é a fé no Messias, o Cristo Jesus.
Antes, de adentrar ao assunto Ceia do Senhor, é interessante abordarmos uma nítida tensão onde muitos tem baseado seus argumentos, e alguns tem se equivocado ao longo da sua teologia, apesar da grande intenção quanto à demonstração da piedade”, caindo por vezes no caráter subjetivo e “romântico” na interpretação bíblica, não se atentando claramente para as verdades claras dos textos e seus contextos, utilizando-se de textos que não estão correlatos com as verdades do contexto imediato, com o gênero literário, e intenção direta do autor bíblico, com o contexto geral e com a crítica textual, levando em consideração aos gêneros lingüísticos de cada texto, bem como as principais regras de exegese que facilitam o correto entendimento do texto bíblico, deixando o texto falar por si mesmo, sem o subjetivismo ou “espiritualidade” do interprete.
Esta tensão se dá na seguinte pergunta:
Como somente Deus é capaz de saber quem é a verdadeira Igreja, o seu verdadeiro Povo, pois, somente Ele é capaz de sondar e enxergar verdadeiramente o coração do homem, será que Ele não deixou nenhum mecanismo, ou ferramenta para que a Igreja e os Líderes, conseguissem, apesar da sua humanidade, ter um parâmetro para não agir no subjetivismo interpretativo, correndo risco de ser legalista?
Creio que a resposta para essa pergunta está em estabelecer uma forma externa onde Deus, proporciona aos homens, dentro da sua humanidade, a possibilidade em discernir quem, mesmo que aparentemente, se enquadra nas ordenanças pré-estabelecidas pelo SENHOR, este mecanismo está no conceito de Aliança, Pacto, Concerto.
Toda Aliança (ou Pacto) é feita entre pessoas, tem como aspectos, responsabilidades, direitos e deveres, todos estabelecidos previamente.
Segundo o Dicionário Teológico, Claudionor Côrrea de Andrade:
Aliança ( lat. Alligantia, ligar a unir-se a), em linguagem teológica, é um acordo firmado entre Deus e a família humana, através do qual Ele promete abençoar os que lhe aceitam a vontade e guardam os seus mandamentos (Gn 17:1-21). A base das alianças é o amor divino. É um compromisso gracioso da parte de Deus, pelo qual Ele concede-nos favores imerecidos. Pelo que Recebemos do Eterno, até parece que as alianças bíblicas são unilaterais.
Segundo, Gn 17:1-21, a Aliança Abraâmica, feita por Deus, tem dois aspectos: 1º. – É estabelecida pelo e unicamente por Deus (Gn 17:2,7); 2º. – O homem guarda a aliança atentando para ordenança e a simbologia externa dessa aliança em sinal de acato à esta aliança com Deus, a circuncisão (Gn 17:9-14).
Vimos, então, que no Antigo Testamento, Deus, introduz o conceito de Aliança com Seu povo, bem antes da Lei, e no decorrer do tempo, o povo quebrava a aliança, Deus após corrigir o povo restabelecia a Aliança, e a cada momento, tinha um aspecto diferente que Deus demonstrava a cada renovação, porém mantendo o princípio da Aliança Abraâmica, como percebemos na Saída do Egito, com a instituição da Páscoa (Ex 12); As Tábuas da Lei (Ex 24), notemos, que a Aliança é demonstrada por simbologias externas que demonstram, ou devem demonstrar algo que está no interior do coração, e o acato à essa aliança era a confirmação através de uma confissão pública que esta pessoa estava aliançada com Deus.
Se na Antiga Aliança, uma prova de que a pessoa estava aliançada com Deus, era a Circuncisão dos homens (Gn 17:1-21 e Lv 12:3-5 (Lei da circuncisão)), a guarda dos Mandamentos (Gn 24:1-18) e a participação nas Festas Instituídas por Deus (Gn 34:18-28), portanto, exteriormente, os líderes tinham como ter um parâmetro para poder lidar com o povo, e agir com os desvios e consertos para com Deus, mediante as ordenanças pré-estabelecidas pelo próprio SENHOR.
No Novo Testamento, a Nova Aliança, o princípio continua o mesmo, porém, a palavra para o original [Nova] não significa um novo no sentido de que não se utiliza mais o velho, e sim , uma outra forma de expressar o mesmo significado do que era representado no passado.
Portanto, temos como paralelos correspondentes: para a Páscoa, a Santa Ceia (Mateus 26:17-30); a Circuncisão, o Batismo. (Cl 2:9-12 – Circuncisão e batismo).
No Novo Testamento, uma das formas de que a pessoa se declarava Cristã, era a profissão da fé, ou seja, deveria expressar mediante a comunidade cristã a sua Crença (Rm 10:9,10; At 2:41), assim, o batismo era conseqüência da crença em Cristo, para os adultos, os prosélitos, e para as crianças filhas dos que já eram da família da fé em Cristo, segue o mesmo princípio bíblico da simbologia da circuncisão, adentrando à Aliança Abraâmica, ou seja, aliança pela fé, Deus e a família da criança.
Portanto, é notório que Deus sempre deixou parâmetros para que os homens não agissem na subjetividade apenas, e sim, baseados em orientações bem estabelecidas por Ele próprio, a fim de que fosse facilitada a administração dos Sacramentos e demais ações na igreja, por parte do povo e de seus líderes.
PÁSCOA (Ex 12:1-14 / Ex 12:40-50)
CEIA DO SENHOR (Mateus 26:17-30 / 1 Co 11:17-44)
1) Objetivo da Páscoa
Celebrar a Saída do Egito, do povo Hebreu da Escravidão
2) Elementos da Páscoa
Cordeiro Pascoal, Pães sem fermento, ervas amargas, vinho
3) Forma de participar
Comer todo o cordeiro, se fosse muito, chamasse outra família, e o que sobrasse não poderia ficar para o outro dia, teria que queimar todo o cordeiro.
Lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão, ou seja tinha uma preparação, um estado especial, de prontidão.
4) Quem participava
Todos os Homens, seja natural da terra, escravo, assalariado ou estrangeiro, que fossem circuncidados, mulheres e crianças.
1) Objetivo da Ceia do Senhor
Celebrar a memória de Cristo, a vitória sobre a morte, conquistada na Cruz, e aguardando a Parousia.
2) Elementos da Ceia
O Cordeiro é o próprio Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do Mundo; o Pão e Vinho que simbolizam a o corpo e o sangue do cordeiro.
3) Forma de Participar
Não poderia ser de forma indigna, de qualquer jeito.
4) Quem participava
Todas as referências bíblicas refere-se aos discípulos, ou seja à igreja, onde é incluso os batizados e os professos em Jesus Cristo, eram aliançados com o Senhor de forma clara, também perante aos homens.
PÁSCOA (heb.: Pesha – passar por cima, ou sobre.)
Considerações Gerais
Em todo relato bíblico Vetero-testamentário a respeito da Páscoa, não encontraremos nenhuma menção de uma família sem ser participante da Aliança com o SENHOR que participasse da ceia pascal, e isto se dá por ordenança direta e expressa do SENHOR, sendo que quando o macho era circuncidado, era símbolo de que toda a sua família estava dentro da aliança: mulher, filhos e filhas., toda a sua casa.
Mesmo os circuncidados, não poderiam participar da Ceia de qualquer jeito, tinha um jeito bem estabelecido pelo SENHOR de como seria, isto se dá na primeira vez que é instituída a Páscoa (Ex 12:11):
São três atos , ou atitudes fundamentais para começar uma nova vida com comunhão com Deus, isso , ao passo que atravessava o deserto em direção à terra da promessa.
1) Cingir os lombos: Expressa uma decisão de se manter em alerta e pronto para a partida.
v.t.d e v.bit. Cercar, circundar, colocar algo em si próprio.
v.t.d. v.bit e v.pron. Agarrar-se em alguma coisa. Estar envolto a; envolver alguma coisa, ornar. Figurado. Unir ou estar muito próximo de.
v.t.d e v.pron. Pôr alguma coisa sobre ou na cabeça, coroar.
Sinônimo de cingir: abarcar, abraçar, abranger, circundar, coroar, enfaixar, ligar, precingir.
Três mil anos atrás […] as mulheres e os (homens) usavam roupas bem soltas. Para realizar trabalhos físicos precisavam segurar a roupa e prendê-la com um cinturão. Só assim poderiam movimentar-se livremente. Esse cinturão por cima da roupa era uma preparação necessária para o trabalhão pesado e também para esforços prolongados. O ato de cingir-se ou de prender a roupa com o cinturão era também um fator psicológico para o trabalho. Da mesma forma que colocar um avental, roupa de faxina, formula de lançamento, roupa de ginástica, roupa de pintar ou roupa para cuidar do jardim, ou até mesmo arregaçar as mangas, o ato de colocar o cinturão significava preparar-se para o trabalho. Esse ato preparatório e a roupa apropriada incentivavam a atitude de “Vamos lá”! em relação à tarefa do momento. O cinturão é um símbolo de força mental e física que é adquirida quando se entra na arena do trabalho. GEORGE, Elizabeth. Bela aos olhos de Deus. Campinas, SP: Editora United Press, 2002. P. 117.
2) Sandálias nos pés – Significa proteção do calor na areia quente no deserto no Verão, do frio e humidade, no Inverno, das pedras e espinhos no caminho, para não ferir os pés e impedir em dar prosseguimento à caminhada para a terra prometida.
De forma geral, a proteção para os pés não era necessária para dentro das casas, tanto que é de costume do povo hebreu naquela época deixar as sandálias e os sapatos à entrada da casa, pois, estes estavam sujos, além de mostrar respeito pelo local, assim como aconteceu com Moisés no Monte, no episódio da Sarça-Ardente, no que chamamos de Teofania.
3) Cajado na mão – Significava um instrumento fundamental de ajuda para vencer os obstáculos, bem como os inimigos. Moisés utilizou, e muito, seu cajado para realizar os milagres perante o Faraó e seus mágicos, bem como , o cajado , em vários episódios representam a presença protetora do SENHOR no meio do Seu povo (Salmo 23:4 “ a sua vara e o seu cajado me consolam”). Significava a autoridade e o agir do SENHOR , no meio do povo.
CEIA DO SENHOR
Considerações Gerais
Partindo da premissa que uma interpretação saudável do texto neotestamentário deve ser baseada no contexto judaico-cristão, tendo em vista que o Velho Testamento é sombra e base para interpretação das verdades na Nova Aliança, tendo como base este princípio, ao interpretarmos as verdades Bíblicas contidas na instituição da Páscoa, pelo Mestre Jesus, sendo este Judeu, bem como seus apóstolos, os integrantes da primeira Santa Ceia, entende-se que os princípios estabelecidos no Antigo Testamento, não fugiram à mente de Cristo, pelo contrário, veio reafirmar cada um deles, porém , com uma releitura amplificada pela Revelação em Sua Pessoa, estabelecendo uma Nova Aliança. Por isso, é que não veremos, nem Jesus, nem os apóstolos, ministrarem a Santa Ceia para a multidão, e sim, para os declaradamente discípulos, reconhecidos publicamente como Seus seguidores, isto está incluso Judas Iscariotes, o filho da perdição, como está nas Escrituras.
Embora, Judas em seu coração, não fosse verdadeiramente um discípulo de Cristo, era notório que a comunidade dos discípulos, o reconheciam como tal, devido às características externas que o mesmo apresentara em comum aos outros, isso faz jus e consonância com a Parábola do Joio e do Trigo (Mt 13:25), com o ensino sobre os Falsos Profetas (Mt 7:15-23),etc., e que Jesus deixou-se manifestar os frutos para que fosse revelado o seu verdadeiro caráter.
Este pensamento está alinhado à verdade de que se Jesus fosse fazer a celebração da Páscoa com pessoas que não estivessem na Aliança, seja da circuncisão , seja pela fé nEle mesmo, como seu seguidor e discípulo, iria escandalizar os demais discípulos e assim estaria em descumprimento do que estava estabelecido explicitamente pelo próprio Deus na Antiga Aliança.
Assim como a Páscoa tinha o seu significado espiritual, e para isso sua forma em participar tinha que seguir um princípio estabelecido pelo próprio SENHOR, a Santa Ceia faz coro com este princípio quando, no texto áureo nas celebrações de Ceia (1 Co 11:17-31), mais especificamente no verso 27 “Por isso , aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indigmamente… (grifo meu)”, está alinhado com os textos: Ex 12:11 “Desta maneira comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR.”; Ex:47-49 :” 47 Toda a congregação de Israel o fará.48 Porém, se algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa do SENHOR, seja-lhe circuncidado todo macho; e , então, se chegará, e a observará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela (gripo meu). 49 A mesma lei haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós.”
Breve Análise
1 Co 17:27-34 “Por isso , aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indigmamente... (grifo meu)”.
Nas escritas paulinas, o significado de “estar em Cristo” ao mútua comunhão com os que são salvos por Ele. Dando ênfase na koinonia, é perene nesses escritos apostólicos, como F.F. Bruce, em Paulo o Apóstolo da Graça, pp. 76, observa “que a contribuição diferente que Paulo faz à doutrina eucarística está em sua ênfase na refeição como uma ocasião de comunhão (koinonia) e em sua interpretação da palavra pão, “este é o meu corpo”, fazendo-a englobar o corpo coletivo de Cristo”.
Nota-se que esta comunhão é apenas um reflexo a relação que o Corpo tem com a Cabeça (1Co 10:16-17; Cl 1:1-18-20; Jo 17:20-26).
A não participação indignamente, consiste em ter consciência da responsabilidade de avaliar o que era aquele momento , e tendo ele como sacro, o que realmente representa aqueles elementos, o nível e espécie de relacionamento que esta estabelecido com Jesus Cristo, o anfitrião da Ceia, e com o seu corpo, os demais participantes daquele momento, a igreja. Portanto, a ordenança ao auto-exame é a orientação adequada para contrapor à indignidade, pois, o princípio não é o julgar um ao outro, mas cada um a si mesmo sobre o modo que se estavam portando na Ceia. Na peícope seguinte, (12:1-31), Paulo faz uso do termo “corpo” para referir-se à unidade da Igreja e, não para o pão da Ceia. Portanto, “discernir o corpo” presume uma exigência de participar da Ceia entendendo a comunhão, uns com os outros, aliada à união com Cristo
Paulo adverte que não ter esse discernimento correto, é o motivo de doenças e sofrimentos como conseqüência do observância inapropriada da Ceia do senhor, e que a morte e doenças, são sentido literal, concordando com Charles Hodge, que afirma “visto que não há nada no contexto que indique que estes termos devem ser usados no sentido figurado de enfermidades morais e espirituais …”. Ainda concordando com Hodge, porém, com uma ressalva, entendendo que enfermidades espirituais podem ser as causadoras de enfermidades físicas, já que o Corpo de Cristo é discernido espiritualmente.
É notório em toda a epístola, bem como, na perícope que trata da Ceia do Senhor, que o Apóstolo Paulo, não está preocupado, nem mesmo menciona a presença de incrédulos, ele trata com a Igreja diretamente, estava tendo discriminação entre os crentes abastados e os menos afortunados (Vs 17-21), onde estava tendo uma confusão entre o banquete de comida e a Ceia do Senhor, causando constrangimento ao ponto de ser necessária a admoestação apostólica.
O auto-exame é enfatizado no VS. 28, tendo em vista não apenas à forma que estavam comendo à Ceia, mas à falta de unidade , e vários problemas morais que feriam ao Corpo, a começar pelo 1 Co 1:10 em diante, onde as dissensões eram demonstração de falta de espiritualidade, bem como todos os desvios morais e sexuais que Paulo trata ao longo de sua epístola, culminando na Ceia do Senhor, onde todas admoestações contribuem para os alertar sobre os problemas da não unidade do corpo de Cristo, a Igreja. Por isso, o auto-exame é altamente necessário para a consciência do pecado e portanto , conseqüentemente o devido arrependimento.
CONCLUSÃO
Assim como na Antiga Aliança, na instituição da Páscoa, todos os textos sagrados, tratam sobre seus participantes terem, necessariamente, que fazer parte da Aliança com o SENHOR e suas prerrogativas, simbolizadas exteriormente pela circuncisão e participação das Festas determinadas por Deus, nos textos neo-testamentários, tanto nos Evangelhos, quanto na Epístola Paulina aos Coríntios, que tratam da Ceia do Senhor, sempre fazem menção aos discípulos, e nunca à multidão ou incrédulos, como podemos perceber no prefácio 1Co 1:1-9,Paulo fala à Igreja, como “chamados para ser santo”; “os que invocam o seu Nome”; “enriquecidos pela Palavra e conhecimento .
É notório em todo o entendimento da teologia Paulina, que o meio externo onde o próprio colégio Apostólico identificava os integrantes da Igreja (ao menos a igreja visível), eram pelo sacramento do Batismo, que é o paralelo teológico com a circuncisão, juntamente com a profissão pública de fé em Jesus Cristo (Rm 10:9,10).
Tendo este entendimento, e de acordo com 1Co 3:10-15, que trata da responsabilidade dos líderes, em edificar a Igreja sobre o fundamento que é Cristo, e que , tanto Cristo, quanto seus Apóstolos, tiveram uma preocupação com a devida forma em participação por parte da Igreja, com o sacramento da Ceia do Senhor, negligenciar esta preocupação, a tornando uma forma apenas de comunhão e não de seu grau de importância espiritual, onde a forma com que participemos acarretará tanto bênçãos , como conseqüências espirituais de morte e doenças, literais, como o própria perícope nos mostra, isso nos traz um alerta mui grande de um grau de responsabilidade por parte de nós líderes.
Portanto, após a exposição bíblica, a respeito da ministração da Ceia do Senhor, biblicamente falando, sem rótulo de denominação, concluí-se na sua correta administração e orientação:
1) Quem participa da Ceia:
– Assim como era no seu paralelo, a Páscoa, a Ceia do Senhor deve ser ministrada à toda à Igreja, ou seja, os professos e batizados na forma instituída pelo próprio Cristo e administrada pelos Apóstolos, tanto homens, mulheres, crianças que são filhos de pais professos, batizadas , que estão na Aliança Abraâmica , (pela Fé), conseqüentemente na Aliança pelo Sangue de Cristo, que possuem entendimento suficiente, para discernir, dentro da proporcionalidade de seu entendimento da realidade de seus desafios e limitações, onde aprenderam, assim como no A.T., com seus pais em casa e com seus líderes espirituais, nos ajuntamentos públicos.
2) Quanto aos visitantes e incrédulos
– A Ceia é um meio da graça, não se deve fazer acepção de pessoas, porém, deve-se deixar bem claro, o entendimento bíblico, a responsabilidade e as conseqüências bíblicas/espirituais positivas e negativas, e jamais incentivar a participação de forma equivocada por parte de quem quer que seja, pois trazem os texto bíblicos as admoestações necessárias para com aqueles que não discernem espiritualmente o Corpo de Cristo, e portanto, a importância da não participação indigna, que está na forma e não na essência da pessoa, pois todos são pecadores, como foi abordado anteriormente, assim, fica a critério próprio e particular em participar ou não, diante da orientação exposta de maneira séria, pois a Ceia é um Sacramento, e não se pode participar como uma refeição ou rito religioso qualquer e de qualquer forma.
Concluo com o pensamento bíblico e teológico, de que o Evangelho da Graça, admite concomitantemente, o caráter: Inclusivista e Exclusivista, o primeiro, se dá ao alcance de todos os povos, nações e etnias, sem distinção, porém, o segundo, deixa claro que somente os escolhidos, de todos os povos, nações e etnias, os predestinados e eleitos desde a fundação do mundo, é que crerão em Jesus Cristo, onde o processo de santificação e observância nas ordenanças bíblicas, devem ser notórias, bem como a participação nos rituais religiosos estabelecidos pela Escritura Sagrada, e estes nunca serão arrebatados de Suas mãos poderosas e abençoadoras, apesar de ter a ciência de que alguns, exteriormente, assim como o Joio, assim como Judas Iscariotes, por fora aparentam ser piedosos, mas dentro do coração não são aliançados com Jesus, o próprio Deus, nos isenta de erros em julgamentos do coração, nos proporcionando meios para termos um grau aceitável de discernimento, quanto à administração dos Sacramentos do nosso Senhor Jesus Cristo.
À DEUS TODA HONRA E GLÓRIA
Por
Leumane Rabelo