LIBERDADE DE EXPRESSÃO



LIBERDADE DE EXPRESSÃO

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terça-feira, 17 de abril de 2018

ESTANDO LONGE, MESMO QUE PERTO

Texto: Lucas 10:25-37 – O Bom Samaritano
Uma das coisas mais interessantes da vinda de Jesus, é que ele era especialista em quebrar os paradigmas religiosos de seu tempo, não  como se alguém infligisse a lei, mas como a quem era detentor de tal autoridade para resinificar muitos conceitos da Lei Judaica.
Tinha Jesus enviado os doze em missão para o norte da província e os setenta para sul,  e quando já estava colhendo “os relatórios” de cada um deles, aparece um doutor da lei para testá-lo. A mensagem principal da missão dos seus discípulos, era: É chegado o reino de Deus. Este termo é a respeito da salvação, pois somente quem for morador deste reino é que está incluso na salvação, por isto a pergunta do doutor da lei:
 25 […], disse: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Jesus, após um breve diálogo com o doutor da lei, conta a parábola do Bom Samaritano, e é aí que quero enfatizar.
É utilizado pelo Mestre, quatro personagens: o viajante, o sacerdote, o levita e o samaritano.
O caminho que este viajante fazia, era a estrada que ia de Jerusalém a Jericó e descia mais de 900 metros em menos de 25 km, segundo a geografia bíblica,  ou seja, uma descida bem íngreme, era repleta de reentrâncias (curvas estreitas), o que facilitava as ações dos ladrões.
Este homem foi atacado por ladrões e ficou em um estado muito crítico que parecia que estava morto, casualmente descia pelo mesmo caminho um sacerdote, que quando viu aquele corpo todo e ensangüentado, machucado, parecendo um cadáver, logo mudo a direção e passou do lado oposto do corpo, o mesmo aconteceu com um levita, porém um samaritano viu aquele homem jogado e ao invés de mudar de direção e fingir que não viu, parou para observar se o homem estava vivo, e logo, movido de compaixão resolveu ajudá-lo se dispondo da sua própria montaria, de suas provisões (vinho e azeite) e de seu recurso.
Ao citar o sacerdote e o levita, Jesus está mostrando duas pessoas altamente religiosas, que bem provavelmente iriam realizar suas atividades ligadas à sua religião, pois Jerusalém era o centro religioso de Israel. No entanto, os religiosos mesmo vendo uma pessoa que necessitava de ajuda, não se dispuseram e acharam melhor passar ao largo, que segundo o dicionário, seria passar longe, porém, lembrem-se que esta estrada era estreita, e este termo “passar ao largo”, torna-se: mesmo estando por perto se fez longe , passando pelo lado oposto da estrada, então na realidade, eles passaram perto o bastante para perceber que o viajante ainda estava vivo, porém se fizeram longe o suficiente para não se envolverem.
 Nos dias atuais, com a correria do dia-a-dia, principalmente os moradores das cidades grandes, vive-se um ativismo em todas as áreas da vida: na profissão: pessoas mal tem tempo para almoçar, comem com pressa, saem do serviço vão logo para a faculdade, colégio, cursinho, academia, etc., chegam em casa tarde, cansados, loucos para comer e dormir, outros, trabalham mais de 10 horas por dia, de tanto que são responsáveis e abitolados no trabalho, que não tem tempo para quase nada, só pensam em trabalho, trabalho e trabalho…
Se a pessoa for religiosa, ainda tem as atividades da  igreja para completar o seu ativismo, algumas são tão religiosas, com  tantas atribuições e responsabilidades. não conseguem, às vezes nem prestar atenção nas pessoas que estão por perto: seus familiares, colegas, amigos, filhos…
            Jesus nos mostra nesta parábola que muitas vezes estamos perto de alguém, mas somos distantes, não nos envolvemos, não nos importamos, não nos doamos. Isto acontece em várias áreas da vida. Muitos casais, mal têm tempo para conversar, vai passando os anos, e os dois mais parecem apenas dois conhecidos que dormem na mesma cama.
            Em Lucas 15, Jesus conta a Parábola do Filho Pródigo, um exemplo de dois irmãos, que moravam na mesma casa, e eram distantes, não tinham comunhão, o sentimento que pairava era o de inveja e avareza.
            Na história de José do Egito, nos mostra que os seus onze irmãos, conviviam com ele, porém não eram próximos dele.
            Estar perto, é comungar de um espaço comum, porém não se envolve, você pode até gostar da pessoa, porém não tem atitudes de amor,  porque gostar, é fazer com que a pessoa participe de usa intimidade porque você quer ela por perto, compartilhando de segredos e determinados sentimentos e opiniões em comum,  e mesmo assim,  e não necessariamente ter atitude de amor para com essas pessoas.
É importante ressaltar algumas questões:
  • PODE-SE GOSTAR DE ALGUÉM E MESMO ASSIM NÃO TER ATITUDE DE AMOR.
  • PODE-SE NÃO GOSTAR DE ALGUÉM E AINDA ASSIM TER ATITUDE DE AMOR.
  • UMA COISA É UMA RELAÇÃO DE AMIZADE, OUTRA DE SERVIÇO.
             Podemos gostar de nossos pais, porém, se não há atitude de respeito e doação, não há atitude de amor.
            Podemos gostar de nossa (a) esposa (o), porém se não tem atitude de respeito, honra, compreensão e fidelidade, não há atitude de amor.
            Podemos gostar de um amigo, e mesmo assim falar mal dele, julgá-lo indiscriminadamente, e só ajudar quando convém a você, não sendo atitudes de amor.
            Já parou para pensar, que muitas vezes estamos tão distantes das pessoas que estão mais perto de nós?
 O pior de uma pessoa religiosa, é ter suas atividades, suas reuniões com sua “liderança”, seus “ritos” religiosos, e considerá-los mais importante do que uma pessoa que está necessitando de sua ajuda, ao ponto que não poder sacrificar nem uma dessas atividades “tão importantes” em prol de um necessitado, que pode ser uma pessoa conhecida ou até mesmo um parente ou amigo.
Quantas vezes, passamos por um lugar, ou alguém que verdadeiramente que poderíamos ajudar, mas estamos atrasados para o “culto” que não dá tempo de servir à quem está precisando? Mas na igreja, levantamos a mão, oramos e continuamos com nossa vida “piedosa”.
Quando Jesus cita o samaritano, ele vai na “jugular” do doutor da lei, pois os sacerdotes e levitas, representam (contextualizando)  os cristãos “evangélicos” os crentes (assembléianos, presbiterianos, batistas, neopentecostais, pentecostais, luteranos, anglicanos, etc), já o samaritano, um mestiço, que sua crença é conflitante com a dos sacerdotes e levitas, pois têm influência de outras religiões, como  podemos citar o catolicismo romano, muito influenciado pelo paganismo, o espiritismo que mescla os ensinamentos de Jesus e os ensinos espíritas, deturpando a Bíblia sagrada para embasar seus ensinos heréticos, etc.
O que Jesus está ressaltando aqui com o samaritano, não é a sua crença, pois Jesus logicamente discordava deles, pois era Judeu, mas sim a sua atitude como exemplo para os tais religiosos, que supostamente colocava sua “religiosidade” acima da vida humana.
Cristo, através desta parábola revela que o amor a Deus se dá através do nosso amor ao próximo, e para isto, temos que nos fazer próximos das pessoas que estão perto.
Se fazer próximo nem sempre é fácil, e na maioria das vezes é muito difícil, pois temos que sair da nossa zona de conforto para podermos ter a atitude de amar. Foi assim com o SAMARITANO, pois, estando também de viagem, parou, fez os primeiros socorros, colocou aquele homem na sua condução e o levou para um lugar onde receberia cuidados e pagou a conta.
Portanto se fazer próximo é TER ATITUDE DE AMOR:
– Ter disposição de sair do seu lugar confortável;
– Gastar tempo com esta pessoa: ouvindo, conversando, fazendo algo que ela precisa ou gosta;
– Envolve recursos financeiro;
– Muitas vezes requer disposição de cuidados duradouros,  necessitando de paciência.
– Principalmente, precisa ter COMPAIXÃO!!! Misericórdia da outra pessoa.
Fazer o bem aos que gostamos, é cômodo, a pessoa pode retribuir, afinal de contas, como diz um ditado popular: “Uma mão lava a outra e as duas lavam os pés”.
Quando temos atitudes de amor com uma pessoa que não gostamos, verdadeiramente estamos colocando na cruz o nosso EU: nosso egocentrismo, egoísmo, nossa avareza. Nos tiramos do centro do trono do nosso coração e colocamos CRISTO, no trono de nossa vida, e aí , e somente com Ele reinando em nós, é que poderemos verdadeiramente ter uma atitude de AMOR GENUÍNO.
Um exemplo é o nosso Deus: Nem todo mundo tem intimidade com Ele, porém todos são amados por Ele:
Podemos observar que o Sol e a Chuva, abençoam tanto a Justos como a Injustos;
A terra abençoa cristãos , mulçumanos, espíritas e induístas.
Ou seja, o serviço de Deus, atinge salvos e não-salvos, pois Ele não faz acepção de pessoas.
O fato é que se realmente somos filhos de Deus, em Cristo Jesus, então amaremos a Deus de todo o nosso coração, ao próximo como a nós mesmos, e isto se dá quando a nossa fé é expressada em nossas atitudes, e a expressamos quando o nosso amor A DEUS é visto em nossas atitudes para com os que nos rodeiam, é quando nos fazemos próximos das pessoas que estão perto de nós
Em um mundo onde cada um vive a sua vida e não se importa, verdadeiramente, com a outra pessoa, onde o amor está esfriando, a compaixão cada vez menor, o egoísmo imperando, a por incrível que pareça, o número de religiosos aumenta, só que este número de pessoas que dizem que professam uma fé, e não tem impacto relevante quanto à influência no número de criminalidade, de roubos, extorsões e fraudes, onde estão realmente estes religiosos?
Precisamos mais de Cristo e menos de cristianismo (forma de religião), precisamos mais de vida e menos de ritos vazios e meticulosos, precisamos menos de templos luxuosos e sim de investimento que influa na realidade das pessoas, aí sim, algo começará a mudar.
Mudar o mudo, conquistar uma geração, são discursos motivacionais e utópicos, que se não forem regados às simples atitudes de investimento verdadeiro, de cada um de nós, do governo e principalmente das igrejas institucionalizadas,  principalmente na área social e espiritual, será apenas um discurso vazio de quem quer se promover ou esboçar uma espiritualidade e uma piedade falsa, onde por traz está escondida é avareza e egocentrismo, sentimentos  que não agradam a Deus e não expressam o amor genuíno.
Que o SENHOR, possa derramar em nossos corações, seu amor genuíno, operando em nós o seu querer e o seu realizar, e que possamos nos arrepender das nossas inúmeras atitudes de falta de amor, e começarmos assim, a amar mais e mais pessoas, para que, realmente através da demonstração do amor verdadeiro e puro impactar uma geração, como os pais da igreja de Atos 2, fizeram no primeiro avivamento da Igreja de Cristã.
Então, demonstramos que participamos do Reino de Deus, e portanto, da Salvação, quando a nossa Fé e demonstrada em nossas Atitudes.
Shalom Adonai
Leumane Rabelo

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